Arquiteto morto ao atropelar ladrão após assalto no Butantã era recém-casado e sonhava em ter filhos: 'Vai faltar um pedaço gigante', diz irmã.
- Interligado
- 2 de abr.
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Jefferson Dias, de 43 anos, passava de carro quando presenciou o assalto a uma mulher e jogou o carro contra o ladrão, que estava em uma moto.
O arquiteto de 43 anos morto durante uma tentativa de assalto no Butantã, na Zona Oeste de São Paulo, era recém-casado e planejava ter filhos. Jefferson Dias foi baleado ao tentar evitar a fuga de um ladrão que, momentos antes, tinha roubado o celular e a aliança de uma mulher.
"Ele era uma pessoa de coração muito bom. Ajudava todo mundo, a família toda, estava sempre presente, sempre junto", disse. Ela lamentou ainda a interrupção do sonho do irmão de formar uma família.
"Ele tinha se casado recentemente. Então, era um desejo deles ter uma família e filhos e, infelizmente, [isso] foi interrompido. Vai faltar ele em todos os almoços aqui em casa, vai faltar ele mandando mensagem. Vai ser horrível, vai faltar um pedaço gigante", disse a irmã.
O velório e o enterro dele serão realizados na quinta-feira (3) no Cemitério Parque dos Ypês, em Itapecerica da Serra, na Grande São Paulo.
Arquiteto tentou evitar assalto
Jefferson passava de carro com um amigo pela Rua Desembargador Armando Fairbanks quando presenciou o assalto a uma mulher por um criminoso em uma moto.
Câmeras de segurança registraram quando o motociclista subiu na calçada e desacelerou quando voltou para a rua. Neste momento, o arquiteto jogou o carro em direção à moto, atingindo o ladrão.
O motociclista caiu, mas logo se levantou, foi em direção a Jefferson e fez os disparos. O arquiteto caiu no chão. O amigo que estava no banco do carona conseguiu correr. O criminoso largou a moto, que, segundo a polícia, era roubada, e fugiu a pé.
A mulher vítima do assalto não se feriu. Uma equipe do Samu socorreu o arquiteto e o levou para o Hospital Universitário, mas ele não resistiu aos ferimentos.

Em nota, a Secretaria da Segurança Pública informou que o caso é investigado como latrocínio (quando um roubo termina em morte) pelo Departamento Estadual de Investigações Criminais (DEIC).
Estatísticas criminais
A morte do arquiteto se soma às estatísticas de latrocínios. De acordo com dados da secretaria, no primeiro bimestre deste ano, foram registrados 9 casos na cidade de São Paulo.
Em comparação ao mesmo período de 2024, quando houve 12 latrocínios, a redução foi de 25%.
Já os homicídios dolosos (quando há intenção de matar) cresceram 16% no mesmo período. Nos dois primeiros meses de 2025, foram registrados 94 casos, com um total de 95 vítimas. No mesmo período de 2024, foram 81 casos e 85 vítimas.
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